Cereja de Alfândega em crise

PUB.

Ter, 31/05/2005 - 16:47


Os produtores de cereja do concelho de Alfandega da Fé queixam-se da falta de apoios por parte do Governo na divulgação e promoção do produto, para haver um maior escoamento do fruto.

Os homens da terra garantem que se nada for feito, o sector da cereja, naquele concelho transmontano, poderá entrar em crise profunda.
“Nesta região uma parte importante de cereja é ainda produzida através de método biológico e este ano a situação poderá ser mesmo drástica ”, afiançam os produtores.
Segundo Maria de Lurdes Falcão, uma produtora com mais de 300 hectares e um dos rostos da contestação, garante que “o País está a ser invadido por cereja vinda da vizinha Espanha e de países do norte de África, como Marrocos e Tunísia”. Actualmente, a mão-de-obra é muito mais cara na região transmontana en se não houver apoiosn a cereja vai ficar na árvore.

Cereja estrangeira
invade o mercado

Os agricultores apontam também o dedo às grandes superfícies comerciais existentes em Portugal, visto que aqueles espaços comercias não ajudam a escoar a cereja. “Preferem produtos vindos do estrangeiro porque são mais baratos, apesar do produto nacional ser de qualidade reconhecida”, dizem.
De acordo com os homens da terra é igualmente importante que haja união, pelo que uma Associação de Produtores poderia defender melhor os interesses dos agricultores.
Em relação à produção de cereja, apesar da seca o ano agrícola foi bom e, por isso, há muita cereja e de boa qualidade, mas o calibre é menor.
A autarquia local, através da Empresa Municipal vocacionada para os produtos da terra (EDEAF), tenta escoar a cereja, mas a empresa ainda não tem a estrutura devidamente montada e não consegue dar resposta a toda a produção.
O autarca local, João Carlos Figueiredo, garantiu que “60 por cento da produção de cereja que entra no mercado vem do estrangeiro, já que a mesma apresenta uma outra imagem e outro tipo de embalamento, não é vendida a granel e é mais atractiva”.
“A venda a granel tem algumas dificuldades em impor-se no mercado, mas, para o próximo ano, já haverá outras condições de embalamento e, também é preciso tomar medidas em relação à penetração do produto estrangeiro no mercado português”, frisa o edil.