Centro Histórico devolvido aos peões

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Ter, 27/09/2005 - 16:05


Na cidade de Bragança o Dia Europeu Sem Carros foi assinalado, na passada quinta-feira, com o corte do trânsito nas ruas do Centro Histórico. À semelhança dos anos anteriores, a Câmara Municipal de Bragança (CMB) procurou alertar a população para a poluição, originada pelo uso excessivo do automóvel, e, ao mesmo tempo, sensibilizar os bragançanos para deixarem o carro em casa e utilizarem os transportes públicos urbanos.

Segundo o vice-presidente da CMB, Rui Caseiro, a autarquia tem uma forte preocupação com as questões ambientais, pelo que já “adquiriu três mini autocarros eléctricos, que não poluem o meio ambiente”.
Neste dia, os peões puderam circular à vontade sem se preocuparem com a circulação automóvel, que foi autorizada, apenas, aos autocarros eléctricos, às viaturas prioritárias e às cargas e descargas.
“Mantivemos a mesma área restrita que nos anos anteriores, sem tirarmos o movimento habitual ao comércio, uma vez que as cargas e descargas foram todas permitidas”, salientou Rui Caseiro.

Veículos abandonados aumentam

Contudo, houve alguns comerciantes que ficaram descontentes com esta iniciativa, que consideraram prejudicial para o negócio, uma vez que o corte do trânsito levou as pessoas a afastarem-se do centro. “O movimento na Rua 5 de Outubro já é pouco, mas sem carros as pessoas não vêm e não se faz nenhum negócio”, enfatizou Manuel Pires, proprietário de um café.
A par do lema “nunca é demais um espaço para as pessoas”, a CMB também escolheu este dia para aconselhar as pessoas a não abandonarem os veículos em fim de vida fora dos locais próprios.
“Só no ano passado a autarquia recolheu cerca de 140 viaturas que se encontravam abandonadas, tanto nos espaços públicos da cidade, como nas paisagens das aldeias”, sublinhou o vice-presidente da CMB.
De acordo com Rui Caseiro, o município bragançano foi aquele que recolheu mais viaturas em fim de vida, que, posteriormente, são desmanteladas através da empresa Resíduos do Nordeste.
Neste momento, não existe qualquer tipo de coima para quem abandona as viaturas, uma vez que só quem quiser reaver os automóveis é que é identificado e tem que reembolsar os custos do reboque. Por isso, o número de viaturas abandonadas nas paisagens transmontanas não pára de aumentar.