Bragança carece de investimento empresarial

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Ter, 05/07/2005 - 16:33


O decréscimo da população e a falta de investimento no distrito de Bragança é o cenário traçado pela banca portuguesa, ao analisar a situação económica do Nordeste Transmontano.

O quadro negro foi divulgado na passada terça-feira, em Bragança, num encontro realizado pelo grupo Millennium BCP, um banco que serve mais de 35 mil clientes em oito concelhos do distrito.
Segundo os dados fornecidos a esta instituição bancária, através de estudos efectuados pela Universidade Católica Portuguesa, o distrito de Bragança apresenta um PIB per capita inferior ao conjunto da região Norte, sendo este inferior à média nacional.
Além disso, neste distrito transmontano verificam-se, ainda, disparidades acentuadas em termos do poder de compra entre os diferentes municípios.
Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros são os concelhos que apresentam a maior concentração demográfica e económica, visto que 50 por cento da população residente e das empresas do distrito se fixaram nestas áreas.

Depósitos superam o crédito

Contudo, importa salientar que a população residente neste distrito representa cerca de 1,4 por cento da população portuguesa, tendo-se verificado uma diminuição de cerca de 19 por cento nas duas últimas décadas.
A falta de investimento é visível se tivermos em conta a diferença existe entre os depósitos e o crédito.
No distrito de Bragança, a actividade financeira totaliza 1,4 milhões de euros de depósitos e, apenas, cerca de 800 milhões de euros de crédito, o que representa uma diferença de 600 milhões de euros, que podem ser investidos noutras regiões do País.
Os números falam por si e o presidente Grupo Millennium BCP, Paulo Teixeira Pinto, afirma, mesmo, que “Bragança está para Lisboa, como o País está para a Europa”.
O responsável acrescentou, ainda, que o facto do Nordeste Transmontano ser uma região periférica acentua a falta de investimento económico e a diminuição da população jovem.
No entanto, Paulo Teixeira Pinto salienta que estas assimetrias podem ser superadas, desde que haja “iniciativa por parte dos empresários”.
Por isso, o Millennium BCP vai tentar manter todos os balcões do distrito, que estão disponíveis para conceder empréstimos, desde que haja projectos viáveis.