Balbina Mendes “abraça” o Douro

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Ter, 21/06/2005 - 15:37


Numa altura em que todas as crises parecem abater-se sobre a Região do Douro, que vê adiados ou bloqueados os seus grandes projectos de desenvolvimento, há um sonho que permanece inabalável, graças ao esmero e dedicação de uma das mais talentosas pintoras transmontanas: Balbina Mendes.

Trata-se da concretização do projecto pictórico “Margens Douro: da Nascente à Foz”, apresentado em 50 quadros de paisagens, fauna e flora, arquitectura tradicional e modos de vida humanos, cobrindo um total de 900 quilómetros de extensão, que a artista tem vindo a percorrer com devoção.
Neste projecto, a concluir até ao final do ano em curso, poderá ver-se representado o lugar exacto onde nasce o Rio Douro, nos Picos de Urbión, e, desde aí, toda a essência do relicário paisagístico duriense tal como os olhos da pintora o captaram. Os castelos, os palácios e as escarpas do lado espanhol são completados com as arribas, os socalcos e as manifestações da fé e do trabalho humano do lado português.
Baseado numa visão global da pintora, fruto de conhecimento e sensibilidade, que vai desde o rio e as margens, às tradições e viveres das suas gentes, foi-lhe possível desenhar "um fio condutor" que permite sintetizar para as gerações futuras, a leitura da riqueza de todo este património, sujeito como tantos outros, às consequências da imparável intervenção humana, em "prol do desenvolvimento".
Este projecto tem naturalmente a intenção, de despertar no público, olhares que sensibilizem a necessidade de, cada um por si, contribuir para a preservação do Douro como Património Natural da Humanidade.
A exposição, que traduz um forte intercâmbio cultural entre os dois países, e tem o apoio de instituições públicas e particulares de ambos os lados da fronteira, vai começar a 10 de Janeiro em Sória (Centro Cultural-Palácio de la Audiência), seguindo depois para Aranda de Duero (Casa da Cultura, Valladolid (Palácio Pimentel), Salamanca (Espaço Salinas – Diputación) e Zamora (Fundação Rei Afonso Henriques). Mais tarde, em Portugal, estará patente ao público em Bragança, Freixo Espada à Cinta, Vila Real, Peso da Régua, Viseu, Miranda do Douro, Lamego, Guarda, Penafiel, Gondomar, V. N.Gaia e Porto.