Ter, 06/09/2005 - 15:18
Todos os anos os proprietários de uma quinta com cerca de 40 hectares de ameixeiras, na zona de Agen, recebem centenas de emigrantes sazonais para a apanha da ameixa, entre os quais se destacam trabalhadores de diferentes regiões portuguesas, incluindo Trás-os-Montes.
Este ano, a produção foi inferior aos anos anteriores, devido à seca que assolou a região e a campanha da apanha deste fruto tradicional da região de Lot e Garrone terminou mais cedo do que o habitual.
A proprietária da quinta, Anne Costes, conta que naquela região francesa se aposta na produção em grandes quantidades, pelo que desde que herdou aquela exploração agrícola aumentou o número de hectares de ameixeiras.
Quintas atraem turistas
A par da colheita, nesta quinta as ameixas também são transformadas nos diversos produtos que, posteriormente, são vendidos no mercado francês e estrangeiro. As ameixas secas, o chocolate e as compotas de ameixa são os principais produtos que reinam, sobretudo, nos mercados estrangeiros.
Entre os países que recebem os tradicionais “pruneaux” de Agen, inclui-se Portugal. “Costumamos exportar grandes quantidades dos nossos produtos de ameixa para Lisboa”, realça Anne Costes.
Na região de Lot e Garrone as explorações agrícolas mais antigas também fazem parte de um roteiro turístico. Nesta zona, os edifícios antigos são restaurados, com vista à atracção de visitantes.
“No Nordeste Transmontano, os edifícios antigos são demolidos para se construir de novo, mas é um erro. Os portugueses deviam seguir o modelo dos franceses, que recuperam a arquitectura para atrair turistas”, salienta o representante da Confraria dos Gastrónomos e Enófilos de Trás-os-Montes e Alto Douro, Acúrcio Martins.
Durante a visita da comitiva portuguesa à quinta de Anne Costes, a proprietária mostrou o processo de transformação da ameixa até ao produto final, ao mesmo tempo que aproveitou para vender algumas iguarias produzidas na sua exploração.